Em entrevista ao nosso blog, na XIV Mostra Cinema Conquista, o diretor Klaus Hastenreiter, de "Não Falo Com Estranhos", falou sobre cinema, arte e público na noite de 02/09.
Premiado e exibido em vários festivais pelo Brasil, o curta-metragem, de 2017, foi o filme de abertura da Mostra. Criador e roteirista, o diretor, ao ser questionado sobre qual a mensagem que o filme pretendia passar, foi direto. "Tem uma frase de meu cunhado, que é diretor de teatro, que eu gosto muito; (...) fala sobre (...) essa coisa de mensagem (...), sobre o diretor querer impor uma mensagem pras pessoas entenderem e acharem que é só isso; (...) [ele diz] "'Eu não sou celular pra passar mensagem'; eu acho muito boa".
Klaus também contou que a ideia por trás do filme surgiu de um drama vivido por ele mesmo no passado e que se sentiu bastante surpreso e aliviado quando descobriu que não era o único a se sentir dessa maneira. E explicou como colocou isso no filme.
"(...) existe uma provocação, que eu acho que o filme tem, de quem vive um pouco da minha própria insegurança, de falar sobre pessoas que elas acham o tempo todo que vão ser mal vistas pelos outros, e que não conseguem se relacionar direito com o outro, e que, no fim das contas, todo mundo é um pouco assim. Eu acho que isso, talvez, resuma um pouco essa ideia do filme que o filme quer debater com a plateia".
Logo depois, quando um dos nossos repórteres o indagou sobre o público-alvo, e se ele acredita que a senhorinha que assiste às novelas ou o cara que vê "Vingadores" — basicamente, obras com fins comerciais — entenderiam a sua proposta, o cineasta deixou todos boquiabertos ao dizer o que pensa, mostrando que a arte une o que as outras coisas separam.
"tem uma coisa interessante da linguagem cinematográfica: que ela é universal. O cinema, a linguagem do cinema aqui, vai ser igual à feita no Japão, de uma certa forma, no princípio da base da linguagem. (...) Então, (...) esse enigma, isso é algo construído pra parecer muito mais complexo do que ele é, na verdade. Eu acho que, essa senhorinha, que você falou, talvez, inconscientemente, ela entenda até melhor do que a gente, sabe? De uma certa forma, eu acho que isso atinge em vários lugares diferentes… (...) Em alguns, mais no consciente; em alguns, mais no inconsciente…".



Que incrível essa matéria! O Klaus parece ser uma ótima pessoa. Parabéns pela a matéria.
ResponderExcluirParabéns, ficou muito boa a matéria!
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