Por: Clara Filippo Com a morte do sol interior o meu coração pulsa por cor. O fim do inverno se aproxima, e como ele, minha agonia se finda. O sol volta a raiar e entre minhas entranhas a luz faz brotar flores e árvores que crescem em um emaranhado de vísceras, misturando seu perfume com o cheiro da minha carne. No exterior o vento sopra, esvoaça meus cabelos e o som dos pássaros se torna a trilha sonora de um filme sem ação. Assim, no meu interior a primavera persevera e se finda, no ciclo da vida infinita.